sábado, novembro 17, 2007

A Alma Imoral

A Peça de Clarice Niskier poderia ser encarada como um engodo. Não há ação dramática, não há clímax, não há um monte de coisas que a narrativa de histórias exige. O problema é que a apresentação jamais se vende dessa forma.

Logo no início, Clarice conversa com os espectadores dando o tom da peça: não se trata de uma farsa ou de uma típica mentira como outras peças, mas de uma conversa sobre o real. Sobre a moralidade e a imoralidade. Sobre a tradição e a traição. Uma conversa que o espectador pode pedir para ser repetida ou pode até discordar.

Se eu fosse um crítico de teatro, possivelmente diria que não é teatro. O "problema" é que faz muito tempo que não fico tão entusiasmado com uma peça.

Ainda bem que eu não sou crítico de teatro.