domingo, setembro 12, 2004

Fervil III

Fervil III


Manifesto da família e dos amigos de Fernando Villela, o Fervil.

Em 1998, a estudante Ana Carolina foi morta em uma tentativa de assalto na saída do Túnel Santa Bárbara, em Laranjeiras. Ela tentou escapar ao ser abordada pelos bandidos e, ao acelerar, foi atingida pelos tiros. O crime chocou os cariocas e até hoje é lembrado como um triste capítulo na história de violência da cidade. Na última segunda-feira, a vida de Fernando Villela, nosso querido Fervil, foi friamente interrompida pouco antes do Túnel Santa Bárbara. A tragédia se repetiu. O que mudou foi a repercussão. A brutalidade, que marcará para sempre a vida da família e dos amigos de Fervil, já não causa o mesmo impacto. O carioca está sendo anestesiado pela violência que assola a cidade. Não houve pausa, minuto de silêncio. No dia seguinte, a guerra civil carioca fez mais uma vítima. E depois outra... Quatro mortes em uma semana, como noticiaram os jornais. Algo está errado. É preciso parar. Refletir. Já temos vítimas suficientes. Fervil inspirava os que estavam ao seu lado. Era batalhador, doce, espirituoso, sonhador e "fervilhante", como por muitos era chamado. Tinha uma legião de amigos. Não é justo que ele se transforme em um número a mais nas estatísticas de violência do Rio. Nosso grito é necessário, não pode ser calado. Nossa revolta tem que ser diária, nossa indignação não pode ser anestesiada. Em um ano de eleições, essa tragédia deve servir de alerta.


Mais um post dedicado ao Fervil. Não sei...Tão estranho...Mas, a morte desse sujeito realmente me afetou de alguma forma. Não sei se é maturidade, sensibilidade ou loucura. Sei que dessa vez, nessa morte eu realmente fiquei mais pasmo. Quase chorei com a morte daquele (olha só, nem lembro mais o nome dele) designer que lutou com um bandido. Depois foi essa. Não sei. Sinto que preciso fazer algo, que tenho que fazer algo. Estou na comunidade Orkut em homenagem a ele. O sentimento de revolta é grande e todo mundo quer fazer alguma coisa. Tomara que algo seja feito e, principalmente, se resulte em algo. Meu Rio de Janeiro é paisagem e quadro por si só e não um Guernica live action.