sábado, novembro 27, 2004

Valentim



Demorei meses para poder falar de Valentim. Ocupações em excesso à parte, certos filmes são difíceis demais de se pensar, pela forma como eles lhe pertubam ou afetam. Com o tempo, este projeto de crítico de cinema aprenderá a pensar mais rápido, mas só agora me senti mais confortável para falar sobre a película escrita e dirigida por Alejandro Agresti.



Tudo gira em torno do pequeno Valentim (o SENSACIONAL Rodrigo Noya), um menino cuja mãe o deixou anos atrás e que mal vê o pai (que é interpretado pelo próprio Agresti). Valentim mora com sua avó (Carmen Maura) e tem pouquíssimos amigos como o pianista Rufo (Mex Urtizberea).



A trama toda começa quando seu pai lhe apresenta uma nova namorada Leticia (Julieta Cardinali). Ansioso para que seu pai encontre logo uma esposa e que, finalmente, lhe dê um lar normal, Valentim tenta conquistá-la e convencê-la a se casar com seu pai, mas acaba simplesmente revelando como ele lhe trata a toque de caixa.



Apesar de ser rodado na Argentina, o filme tem a crise social da Argentina apenas como pano de fundo (aliás, acho que já ouvi alguma coisa de que o filme é contextualizado em outra época). Isso e a forma como o menino sofre ( não se engane pelo jeito fofo de Noya, ele vai fazer você chorar do início ao fim, de puro talento mesmo) chamam a atenção para como Valentim lida com as situações. Com tantas possibilidades Valentim vai se esquivando, deixando quem não lhe quer para trás, tentando ser feliz. E isso é o que os argentinos, Valentims, eu e você queremos: ser feliz.

Méritos para Agresti que dá uma aula de roteiro, para Noya (aliás de bobo, Agresti não tem nada, Noya já estará em seu próximo filme Un Mundo Menos peor) e para o filme. E se você não assistiu, corra à videolocadora mais próxima.