quarta-feira, junho 25, 2008

Das mudanças

Todas as mudanças não são boas nem ruins, elas são. A frase com ares de livro de auto-ajuda não é gratuita. A maior parte das religiões evoluídas descarta a idéia ocidental da morte julgando-a como um novo recomeço, a porta para outro caminho e não para o fim. E é totalmente cristão o lugar-comum: tudo dá certo no final e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim?

Em nossos ciclos há o nascimento, crescimento e morte. O problema é que eles não são tão óbvios como pensamos. O trauma da saída do CA em sua creche pode ser marcante e um emblema do fim da sua infância, mas ele foi necessário. Talvez seja ruim ou talvez seja ótimo, mas foi inevitável. A vida, enfim, não é imóvel. É propriamente cíclica, walker, sempre em movimento.

Em Alice do outro lado do espelho, Lewis Caroll contrapõe a irriquieta Alice, símbolo da juventude, do impulso e da agitação própria do pulsar humano, contra o cavaleiro, senil, idoso e estático, as duas personagens estão tão dissociadas?

A verdade é que o móvel deve abandonar o imóvel para perpetuar o ciclo sem fim. Isso é viver. É aprender. Ratuna Matata.