Alt+tab

O comando que mais devo ter usado em todos os computadores que já tive não é teclar o meu nome, por incrível que pareça. De longe, o uso do alt+tab, que permite a qualquer um visualizar algum programa (navegador, texto, MSN, etc.) que está aberto ganha fácil.

É batata: estou escrevendo um post, pulo para uma notícia esportiva. Lendo uma artigo legal, acabo alternando para a janela do MSN que piscou. Sempre muitas tarefas e levo o dobro de todas. Não é à toa que só não uso o comando quando estou trabalhando, ou ganhar o pão se torna uma tarefa impossível.

Nesse ponto, muita gente vai reclamar da internet, mas ela não mudou nada. Se tornar um ser humano produtivo, sempre teve mais a ver com responsabilidade do que capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Tem aquela música de Legião que dizia que disciplina é liberdade porque se organizar é a forma mais independente que você pode usar o seu tempo. Resistir ao alt+tab do irrelevante para focar no que importa. O resto é arquivo pra compactar, jogar fora ou abrir depois.

Luz vermelha

 Sabe quando o ator vai fazer um teste e interpreta um monólogo sozinho no palco? Entrevistas de emprego são bem mais constrangedoras na hora do “a gente entra em contato”. Para atores é só a luzinha vermelha que se acende em um sinal de que ele pode deixar o palco e sair do personagem, de volta para sua vida.

 Todos nós temos nossas luzes vermelhas. Nosso momento de sair dos nossos sonhos e voltar para a dura realidade em que não nos tornamos um jogador de futebol, não somos ricos, não nos declaramos, não conseguimos aquela vaga, não conquistamos aquele objeto de desejo, etc. Obrigado pelo seu sonho, nós retornaremos se você for um sortudo.

Mas temos mesmo sorte quando percebemos que a luz vermelha não é o fim do sonho. Ela está lá apenas pra dizer que alguém só deu um primeiro passo ou ultrapassou o primeiro obstáculo. Em todos os nossos sonhos temos que compor uma enorme mise-en-scéne interna entre nossos desejos, nossas obrigações e, merda pra você, nossa determinação. Agradeça e se despeça quando a lâmpada acender, mas não deixe esse palco sair do seu coração. O show tem que continuar.